Você é uma das pessoas que é complexada com a palavra fotorealismo? O fotorealismo sem dúvida é uma das grandes vantagens de se trabalhar com 3d, poder criar imagens e vídeos quase reais é fantástico, mas essa característica pode se transformar facilmente em motivo de frustração para quem está começando a trabalhar nessa área.
Toda semana é a mesma coisa, tenho que convencer alguns dos meus alunos que os trabalhos produzidos em 3d, não precisam ser obrigatoriamente renderizados e iluminados de maneira fotorealística. A razão é que essa prática pode ser perigosa. Então me perguntam: Mas porque?
O problema todo é que o fotorealismo não é alcançado de graça, existe um custo muito alta a se pagar, seja ele técnico ou artístico. É o que eu chamo nas minhas aulas de “O preço do fotorealismo”. Esse custo está relacionado aos recursos necessários para se atingir esse resultado. Caso você não saiba basicamente existem duas maneiras de se obter o fotorealismo:
- Com habilidades artísticas e um senso de iluminação muito bem definidos, é possível simular de maneira fiel a iluminação real, utilizando apenas as luzes normais das ferramentas 3d e um render do tipo Scanline (Sem iluminação global).
- Utilizando ferramentas de iluminação global e aproveitando recursos como luzes fotométricas, Iluminação Global ou Radiosidade em conjunto com um hardware poderoso.
Entre os dois métodos, o primeiro é o que gera resultados mais rápidos. Mas ai caímos no problema da aptidão artística que nem todas as pessoas têm e poucas conseguem desenvolver. Esse método de iluminação é conhecido também por Fakeosity.
Já o segundo método é o mais “fácil”, já que é necessário apenas conhecer o renderizador que está sendo utilizado ( Seja ele Mental Ray, V-Ray, YafRay, Final Render, Indigo e etc…). Depois que os recursos do renderizador foram devidamente configurados é só esperar… e esperar e esperar mais um pouco!
Como o segundo método consome uma quantidade de recursos muito grande do hardware, não acho muito recomendável utilizar ferramentas de fotorealismo em sala de aula, com freqüência. Até porque os projetos são desenvolvidos com um tempo muito curto. Conhecer e utilizar a ferramenta é fundamental, mas é precisa avaliar se será necessário utilizar o fotorealismo. Como a maioria das pessoas parte diretamente para o segundo método, o problema é ter paciência para esperar o render ser finalizado.
Já vi muita gente frustrada com as primeiras tentativas. São frases como “Não sabia que demorava tanto…” ou “Acho que travou!!” .
Pois é, demora mesmo e quanto mais real mais demorado é!
Claro que existem situações em que é indispensável o uso do fotorealismo. Veja alguns exemplos em que é quase sempre necessário utilizar esse recurso:
- Produções para Cinema
- No mercado publicitário
- Visualização arquitetônica (Em algumas situações)
Veja que coloquei uma ressalva em visualizações arquitetônicas, já que em algumas situações uma perspectiva com aparência de aquarela é muito mais bonita e eficaz.
A moral da história é que você deve utilizar o fotorealismo, apenas quando for necessário e não como sendo um padrão a ser seguido. Principalmente se você está começando nessa área.
Mas se você preferir seguir com o fotorealismo, cuidado para não ficar complexado e desistir no meio do caminho.