Sempre costumo dizer para os meus alunos que precisamos aprender um pouco sobre fotografia também, para poder iluminar de maneira satisfatória os ambientes virtuais que criamos em 3D. Esse é um dos segredos para uma boa iluminação, saber passar emoção com luzes, coisa que a maioria dos fotógrafos e iluminadores de estúdio sabe fazer muito bem. Para ajudar na explicação desses conteúdos, sempre estou procurando novos recursos e textos, explicando as nuances desse tipo de configuração. Semana passada, encontrei um ótimo Blog, falando sobre as experiências de um fotografo, na configuração e organização das luzes em um estúdio fotográfico.
Um dos artigos que me chamou a atenção foi um que aborda a utilização de dois tipos de luzes, para iluminar e gerar contrastes em imagens. O autor chama as configurações das imagens de High Key e Low Key. Essa é uma classificação das imagens apenas, ele não aborda o posicionamento específico das luzes. Mas com o texto dele, podemos entender como elaborar e preparar uma imagem ou renderização, para transmitir uma sensação específica.
O primeiro tipo de configuração que ele aborda é a do tipo High Key. Esse tipo de iluminação gera imagens com pouco contraste e bem iluminadas. O autor do artigo até brinca, comentando que esse tipo de configuração acaba gerando imagens no estilo “anúncio de pasta de dente”.
O efeito gerado com esse tipo de imagem, bem iluminada e com pouco contraste, resulta em uma atmosfera alegre e com pouca sombra. As sombras até existem, mas são suprimidas pela forte iluminação. Na fotografia, as máquinas fotográficas são ajustadas com um alto nível de exposição para ajudar no efeito. Mas e em 3D? Como não temos esse tipo de ajuste disponível, podemos trabalhar na intensidade das luzes e pós-produção. Tanto o Gimp como o Photoshop permitem fazer esse tipo de ajuste com muita facilidade.
Já para as imagens configuradas como Low Key, apresentam uma predominância de preto, com fortes sombras. Além disso, os objetos fotografados acabam aparecendo apenas com um contorno, delimitado por brilhos nas extremidades. Para usar esse tipo de configuração, acabamos usando poucas luzes e exposição. Não preciso dizer que aqui temos uma imagem transmitindo tristeza e tensão.
Como é mais fácil conseguir imagens configuradas como Low Key em 3D, a maioria das pessoas que começam a iluminar geram imagens desse tipo. Claro que o aspecto triste e apático das imagens, gera desconforto nos seus autores. Por exemplo, para uma maquete eletrônica que precisa transmitir uma imagem de ambiente novo e alegre, esse tipo de configuração é péssimo.
Entendeu como funciona? Entender esses tipos de iluminação pode ajudar muito a passar sensações e contextualizar melhor as suas cenas em 3D. Esse é o princípio para compreender melhor o processo de iluminação, usado em estúdios e que podem auxiliar na configuração de luzes em ambientes virtuais.