Uma das coisas que as pessoas mais me perguntam, quando falo sobre a Game Engine do Blender é a possibilidade de fazer jogos em rede. Como a maioria dos projetos de jogos, envolve a criação de RPGs online, o fato de o sistema possibilitar ou não, jogos em rede é fundamental para isso. Até pouco tempo atrás a minha reposta era a mesma, que não era possível fazer jogos em rede com o Blender, pelo menos não de maneira simples. Mas cada vez mais iniciativas, com pequenas alterações na Game Engine, conseguem implementar jogos em rede com o Blender.
O projeto Bzoo é uma dessas iniciativas, que permitem fazer jogos em rede. Como é que ele funciona? O Bzoo funciona com base em uma série de templates, arquivos com extensão .blend prontos para uso. Além dos templates, existem blocos de lógica especiais, desenvolvidos para prover sincronização nos jogos. Por exemplo, quando um personagem abre uma porta no jogo, os outros personagens presentes, também precisam visualizar a mesma ação.
Além das ferramentas de sincronização, o projeto também provê meios de implementar ambientes de comunicação dentro do jogo. Por exemplo, podemos adicionar módulos de chat, integração com o menu do jogo entre outras funcionalidades.
Fora isso ainda existe um template de um servidor Python, assim como uma versão cliente para a rede. Se você ainda quiser implementar ferramentas personalizadas, pode usar Python para estender as capacidades do Bzoo.
Esse projeto é uma ótima adição as já incríveis possibilidade da Game Engine do Blender, com ele poderemos começar a trabalhar cada vez mais com jogos em rede. Já pensou apresentar aquela animação interativa, em que os personagens caminham pelos ambientes a várias pessoas, ao mesmo tempo? Criar o seu próprio ambiente semelhante ao Second Life?
Se você quiser saber mais sobre o projeto Bzoo, visite o seu web site oficial, para fazer o download dos templates e da documentação do projeto.
Quem sabe iniciativas como essa, junto com o projeto Apricot, impulsionam o desenvolvimento da Game Engine, promovendo cada vez mais a integração entre a visualização e interação.
A Game Engine do Blender ainda promete revolucionar em muito, a maneira com que os artistas se relacionam com ambientes interativos. O maior problema, ainda é aprender como usar de maneira correta os blocos de lógica. A própria documentação oficial da fundação está desatualizada, deixando muita gente com vontade de usar a ferramenta não mão. Quem sabe não seja hora de uma atualização.