Estava lendo a notícias rotineiras sobre o mercado de computação gráfica nesse último final de semana, quando encontro uma notícia alarmante! A possibilidade de calote nos projetos envolvendo computação gráfica e efeitos, para piorar tudo essa notícia vêm do mercado mais desenvolvido no mundo, para essa área, que é o de produção cinematográfica dos EUA. Quem trabalha, ou quer trabalhar, com computação gráfica precisa se preparar para em algum momento da carreira se tornar prestador de serviços e não um empregado com “carteira assinada”. Os prestadores de serviço sabem bem que nem sempre é fácil receber os pagamentos dos clientes.
Eu mesmo já passei por alguns prejuízos financeiros, devido a clientes que contrataram os serviços de empresas em que trabalhei e não pagaram o combinado. Ou pior, quando você presta o serviço para uma pessoa e a mesma faz má vontade para pagar.
Fiz essa breve introdução para falar sobre a notícia veiculada nesse post da CG Society. Um dos estúdios responsável pelos efeitos do filme “Viagem ao centro da terra”, simplesmente não efetuou o pagamento para aproximadamente 100 artistas em efeitos visuais, da empresa Meteor Studios.
O filme teve a sua estréia por aqui na última sexta, ainda não tive oportunidade de assistir ele, mas devo confessar que não me empolguei nem um pouco e ainda mais depois dessa notícia.
De acordo com o texto, os artistas envolvidos no projeto trabalharam durante outubro, novembro e dezembro sem receber um centavo. Tudo com a promessa de receber o pagamento pelo trabalho, assim que um pequeno “contratempo” financeiro fosse resolvido. No final do período de trabalho, o total to prejuízo está em 1 milhão de dólares!
Os artistas até tentam em vão, contatar vários órgãos e associações na esperança de receber alguma coisa pelo trabalho desenvolvido no projeto. O post do fórum até comenta alguns dos argumentos usados por eles, como que o filme poderia ter sido realizado sem o Brendan Fraser, mas não sem efeitos visuais, que são usados de maneira intensiva nesse filme.
Isso serve como lição, para todos que trabalham nessa área. Se até os profissionais que trabalham no mercado mais desenvolvido e com as melhores oportunidades, passam por esse tipo de problema, imagine a nossa situação aqui abaixo da linha do equador? Claro que esse tipo de problema se aplica a todos os profissionais liberais ou prestadores de serviço.
Como fazer para minimizar esse tipo de coisa?
Existem várias pequenas coisas que você pode fazer para evitar levar o calote de um cliente:
- Combinar um pequeno adiantamento, para no caso de um calote você receber alguma coisa
- Formalizar um contrato de prestação de serviços (Se você tiver condições, procure um advogado conhecido)
- Se você tiver uma empresa, pode terceirizar o serviço de cobrança. Você pode contratar uma empresa que fica procurando o devedor
- Fazer uma pequena pesquisa sobre o crédito da pessoa que o está contratando
Uma das melhores maneiras de saber se você vai entrar em uma “fria” é conversar com outros profissionais que tenham prestado serviço para o mesmo cliente. Nesse ponto uma boa rede de relacionamentos é fundamental! Eu mesmo já me livrei de alguns serviços de risco, por ter conversado com alguns colegas que me informaram que determinada empresa ou cliente tinha dificuldades em fazer o pagamento.
E você, como faz para se prevenir disso?