As interfaces e a maneira com que interagimos com os sistemas estão avançando a cada dia, e como todos devem estar cientes, muito em breve as interfaces sensíveis ao toque devem ser o padrão para uso de softwares. Ainda acho que o sistema mouse e teclado sobrevivem na parte da criação, pois é direcionado para o perfil técnico das pessoas que trabalham com computação gráfica. Mas, os consumidores em breve só devem usar interfaces sensíveis ao toque. Com isso em mente, podemos nos questionar sobre os tipos de produtos e sistemas em que teremos que trabalhar para oferecer serviços e material relacionado com computação gráfica para esse tipo de interface.
Um projeto inovador, ainda em fase de desenvolvimento nos laboratórios da Autodesk, pode trazer uma luz para a resposta. O projeto se chama até agora Newport, e a sua proposta é bem interessante e mescla conceitos de desenvolvimento de jogos, com interfaces sensíveis ao toque. Isso aliado a uma boa interface e algumas ferramentas interessantes, podem realmente trazer uma experiência diferente para os possíveis clientes em empreendimentos imobiliários.
Quer ver um exemplo? O vídeo abaixo mostra a tecnologia em ação, com uma pessoa interagindo em tempo real com um projeto de edificações.
O primeiro ponto que podemos destacar é a interação da pessoa com a representação técnica do projeto, pois ela usa a planta da casa para se locomover. Ao caminhar pela planta, o display mostra de maneira síncrona a posição e visão da pessoa na edificação que ainda não existe. Isso é de grande ajuda, pois a maioria das pessoas não consegue visualizar os projetos apenas pelo desenho técnico, e as plantas são a ilustração mais usada para esse propósito.
Outro ponto interessante foi a possibilidade de fazer escolhas de materiais e revestimentos na interface. O usuário escolhe uma pequena placa correspondente ao material, para que o ambiente interativo seja atualizado em tempo real. Depois, ainda é possível posicionar uma maquete sobre a interface, para que o modelo 3d mude de perspectiva e mostre a parte externa da edificação.
O público alvo dessa tecnologia são escritórios de arquitetura e empresas especializadas em projetos, mas acredito que no futuro uma interface como essa possa ser aproveitada para outros propósitos. A junção de modelagem 3d com a tecnologia de interação para jogos não é novidade, mas o conceito em si de usar interfaces sensíveis e mais interação, fazem a diferença nesse tipo de projeto. Repare que no web site do projeto, o slogan deles diz “game engine para arquitetos”. Se fosse só por isso, acredito que o Blender 3D já faz um ótimo trabalho, oferecendo a possibilidade de criar ambientes interativos, sem o uso de códigos.