A criação de vídeos usando equipamento de filmagem amadora ou semi-profissional para produções de baixo custo apresenta vários desafios, entre eles encontramos a estabilização da câmera. Uma das principais características que identificam um vídeo amador é aquele efeito em que o foco da câmera nunca fica fixo. Isso é resultado da gravação em vídeo que não usa nenhum equipamento especial para estabilização. As produções com mais recursos tem como aplicar técnicas de estabilização para o vídeo, usando trilhos ou outros equipamentos. Hoje existem softwares especializados em fazer a estabilização do foco da câmera, mas os mesmos ainda são caros e não resultam na estabilização completa da câmera.
Um estudo científico realizado por pesquisadores da Universidade de Winsconsin-Madison em conjunto com a Adobe, conseguiu desenvolver uma técnica que promete revolucionar esse tipo de ferramenta, permitindo que pessoas sem nenhum tipo de equipamento especial, ou com problemas de estabilização possam criar material com aspecto profissional. Esse estudo científico será apresentado na Siggraph 2009 que acontece no próximo mês.
O vídeo abaixo demonstra o estudo que a equipe realizou e compara com diversas situações e material gravado sem nenhum tipo de estabilização.
Ficou interessado? O artigo científico, assim como vários vídeos de exemplo podem ser copiados nesse endereço que agrega as informações sobre essa técnica de estabilização de vídeos usando computação gráfica 3D.
A técnica é bem engenhosa e faz uso do Voodoo camera tracker, que serve para fazer o mapeamento do vídeo e simular o movimento estável da câmera. O processo funciona com a identificação de diversos elementos e pequenos desvios de movimento na câmera. Com esses desvios de movimento identificados, o sistema processa uma seqüência de imagens levemente esférica. Essa imagem esférica é que consegue passar a impressão de estabilidade no vídeo.
O processo é muito bem descrito no artigo disponível para download em PDF. Esse é mais um recurso indispensável para as pessoas que pretendem realizar algum tipo de estudo ou trabalho acadêmico envolvendo computação gráfica.
Mesmo com o artigo sendo público, ainda é cedo para esperar algum tipo de software público em que seja possível avaliar o resultado do estudo em algum material produzido em vídeo. Como a pesquisa foi realizada em parceria com a Adobe, não seria surpresa alguma se esse tipo de recurso estivesse disponível na próxima atualização do Adobe Premiere ou Premiere Elements.